top of page
  • Ícone do Instagram Cinza
  • Ícone do Youtube Cinza

Tela  sobre Tela

Júlia Marques

O cinema e a pintura são duas artes com imenso apelo visual, por isso não é incomum que uma se apoie na outra durante o processo criativo. Os momentos em que essas duas formas de artes se encontram não acontecem por acaso e quase sempre estão recheados de significados.

 

Cenas de filmes que fazem referências a grandes pinturas podem facilmente passar despercebidas no desenrolar dos longas. Mas esse é um recurso muito comum que pode ser usado por diversos motivos, como por exemplo, para enriquecer o significado e a história que é retratada em cena, como é o caso da tela A Criação de Adão no filme Interestelar.

 

Outra possível estratégia é recorrer a uma memória que está presente no imaginário do público, contribuindo para a construção da atmosfera, como é o caso das telas do Edward Hopper sendo a principal fonte de inspiração para estética e ambientação do filme Psicose.

 

Alguns filmes se utilizam desse recursos para revisitar as mensagens das obras originais ou constroem releituras e referências a suas respectivas mensagens ou passados polêmicos. Outros prestam tributos às obras e aos artistas. Outras criam paralelos entre a cena em tela e a obra original com pinceladas certeiras de sarcasmo.

 

Conheça agora alguns casos famosos que podem ter passado despercebidos e seus significados. Mas, cuidado! Para entender a função narrativa desse recurso é preciso adentrar um pouco mais na história, por isso o texto a seguir pode conter spoilers.

Nascimento 1882 Falecimento 1967

 Pintado em 1511 por Michelangelo (1475 - 1564)

Lançado em 2014 e dirigido por Christopher Nolan

Lançado em 1960 e dirigido por Alfred Hitchcock

A casa de Norman Bates

Edward Hopper e
Psicose

Grande parte das pinturas de Edward Hopper (1882 - 1967) é marcada pela aura de angústia, monotonia e solidão. Suas obras abordam o silêncio que ecoa com grande significado e peso dramático em cada peça.

 

O diretor Alfred Hitchcock (1899 - 1980) em Psicose (1960), um de seus filmes mais conhecidos, utilizou-se das telas de Hopper, tanto para a construção dos seus cenários e enquadramentos, quanto para transpor esses sentimentos comuns já associados ao trabalho do artista para a compor a atmosfera do longa.

 

Psicose reconstrói em sua ambientação a angústia, a solidão e o silêncio, uma vez retratadas nas telas de Hopper, para que o telespectador entenda melhor o vazio cotidiano e a fragilidade mental de Norman Bates.

The House By The Railroad (1925) - Edward Hopper

    bottom of page