No Tela Cariri, o cinema independente feito por estudantes da UFCA ganha força

Escrito por Hercules de Macedo

A mostra de filmes realizada pelo festival Tela Cariri – O Nordeste é coisa de cinema na UFCA apresentou trabalhos genuinamente regionais, possuidores de uma identidade particular e inventiva, desenvolvidos, em sua maioria, a partir de um olhar estudantil, mas que, sob nenhum aspecto, são desprovidos de criatividade artística. Na verdade, o que se presenciou durante a sessão do dia 20 de março foi justamente a intencionalidade dos idealizadores das obras saltando à vista em cada reação do público presente no auditório Beata Maria de Araújo, localizado no campus de Juazeiro do Norte.

Diante dos vários olhares compenetrados, foi-se tecendo a narrativa dos enredos dos curtas-metragens e, a partir de cada desfecho, ficou evidente que, se por um lado o trabalho documental dos jovens cineastas apresenta um caráter um tanto quanto experimental, por outro, transborda emoção, sensibilidade e carinho, com uma boa pitada de humor, além da capacidade de improvisação que alguns dos realizadores demonstraram em seus filmes, como Eu não quero ir para a festa, dirigido por Carlos Gabriel; Salve Cristo, de Abílio Fortunato, Bárbara Viana e Carlos Gabriel; e o assustador Fiquei sabendo que na casa de dona Mana o Chifrudo faz a festa, dirigido por Emerson Ramon.

Frame do filme Fiquei sabendo que na casa de dona Mana o Chifrudo faz a festa, dirigido por Emerson Ramon

Tendo em vista que não dispunham de muitos recursos para uma realização cinematográfica mais elaborada, tiveram que pôr em prática seu alto nível imaginativo, resultando em produções verdadeiramente independentes, ricas em significado social autêntico e, acima de tudo, em um trabalho construído por pessoas que acreditam no cinema nacional e sabem que, para fazer um bom filme, basta ter um celular na mão e uma ideia na cabeça.